terça-feira, 12 de junho de 2007

Fusca Split Window 1955 motor 2300cc


O Fusca 1955, com seu motor de 1200cc, não primava pelo desempenho. Na verdade, deixava muito a desejar. Porém à primeira vista, o Fusca 55 de Carlos Alberto Ferreira, transformado em modelo 53, com janela bipartida parece apenas mais um Volkswagen bem envenenado. Seu proprietário, engenheiro mecânico, aliou-se a amigos graxeiros, especialistas em motores, suspensão e funilaria, e construiu um Fusca Hot Rod, inspirado nos carros vistos nas ruas norte-americanas, principalmente, em Los Angeles, na Califórnia. Com certeza, deixou de ser um carro de fraco desempenho.


Com o motor VW a ar, de 2300 (exatos 2.276cc de cilindrada) está preparado para render cerca de 180 cv de potência, o velho Fusca 55 acelera forte, e teria velocidade final de 200 km/h. Para levar seu carro a performances como estas, Carlos gastou cerca de 7 mil dólares e quase quatro anos de trabalho. Depois de várias experiências - inclusive com um motor de Variant com1.800cc, a solução foi iniciar a construção de um motor realmente forte, a partir da carcaça do motor Volkswagen fabricado no México, semelhante a da Brasília, mas que dispõe de duplo circuito de lubrificação, o que melhora o fluxo de óleo para os mancais (bronzinas) do virabrequim.

A partir desta estrutura, o motor (originalmente um 1.600cc) recebeu pistões e cilindros bem maiores, coletores de admissão próprios para abrigar dois carburadores Weber 48, importados, de corpo duplo e bomba elétrica de funcionamento constante, com duas saídas de combustível. Segundo Carlos, essa superalimentação é a responsável pelo bom funcionamento do motor, inclusive em baixas rotações. De fato, mesmo utilizando comando de válvulas bastante bravo, com 328° de permanência, o Fusca tem marcha lenta regular, e também trabalha em baixa rotação, próximo das 2.000 rpm, sem falhas.

Os pistões tem diâmetro de 94,0 mm e trabalham com virabrequim de 82,0 mm de curso. A taxa de compressão aproximada é de 9,5:1, e solicita o uso de combustível um pouco melhor do que o vendido nos postos regularmente. Carlos prefere não entrar em detalhes, mas garante que na "mistura" vai gasolina de aviação. Com este combustível "secreto", o hot-VW (ou seria VW-hot?) percorre cerca de 3,8 quilômetros com um litro, segundo Carlos Alberto. Caso utilize gasolina amarela, o rendimento cai e o consumo aumenta muito.

Para driblar os problemas de superaquecimento, foi adotado o sistema de cárter seco, com radiador de óleo na dianteira e reservatório de 22 litros atrás do banco traseiro, sob o tampão dos alto-falantes. Agora, a temperatura mantém-se estável entre 90 e 95°C, por maiores que sejam as solicitações. Afinal, este motor VW "a ar" tornou-se capaz de atingir altas rotações, cerca de 8.000 rpm, de acordo com o proprietário.

Para suportar a nova motorização e suas implicações quanto a torções e flexões na estrutura do carro, foram instaladas duas longarinas de ferro paralelas e longitudinais por baixo do assoalho. Para esconde-las, foi fixada uma lamina de aço inoxidável, que tem dupla função: proteger o assoalho (suspensões rebaixadas) e manter o fundo plano, o que permite algum ganho aerodinâmico. Mesmo assim, o problema de torções e flexões não foi totalmente resolvido: em arrancadas mais fortes, as portas chegam quase a abrir e, quando o carro aproxima-se da velocidade final, as vibrações são muito elevadas.

As suspensões também foram alteradas. As lâminas de torção do feixe dianteiro foram trocadas por outras mais duras; os amortecedores recalibrados e a cambagem. dianteira alterada, ficando mais negativa. Alem disso, o trabalho incluiu a adoção de barras estabilizadoras, na dianteira e na traseira.

Nos freios, mais dúvidas. Carlos garante que o sistema de freios dimensionado como está é suficiente, embora longe do ideal para o pequeno dragster. Ele está equipado com os quatro freios a tambor, mas com lonas mais grossas e ranhuras.

Outros acessórios foram acrescentados ao motor: polias dentadas, tensor de correia, cabos de velas azuis e lataria do sistema de arrefecimento cromada. O interior foi refeito em veludo bege, carpete, bancos altos, ganhou som e até televisão. Volante esportivo, vidros escurecidos e alavanca de câmbio tipo "Hurst" compõem o interior, ao lado do painel, que possui termômetro de óleo, conta-giros e manômetro de óleo. O velocímetro e original. Os piscas usados na coluna central eram acessórios da época (no lugar das "bananinhas"), e os retrovisores são especiais para Fusca, vendidos nos Estados Unidos.

Em termos estéticos, o carro sofreu outras alterações. Descoberto estacionado numa rua de São Paulo, teve sua carroceria refeita. Seguindo o exemplo de "bravos" Fusca californianos, sua carroceria e em peça única, com pára-lamas e estribos soldados. Isso visa favorecer não só o acabamento, mas também a rigidez estrutural do carro. A pintura, inicialmente planejada para ser em amarelo, acabou sendo feita com tinta importada, no tom vinho das Mercedes. Ouatro anos depois de adquirir seu Fusca 55, alterar a vigia traseira (transformando-a em bi-partida) para "envelhecê-lo" ainda mais e dar início ao seu projeto, Carlos tem um carro de que se orgulha, premiado pelo Sedan Clube e capaz de desempenhos acima da média e do esperado por outros motoristas. Ainda mais de um "velho Fusca" 1955.
Video de um Fusca com motor 2.3 (escuta o ronco!)

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Fusca Vw-1303 o último besouro alemão


Olá amigos,
A minha cidade é calma,pacata mas de vez em quando aparecem raridades...
Esses dias estava eu em um posto de gasolina e vi um fusca parado.Mas vendo mais de perto vi que não se tratava de um simples fusca.Tampa do motor preta...cheguei perto e vi a inscrição VW-1303-S...aí caiu a ficha.
Tratava-se de uma versão produzida na alemanha do último fusca produzido por lá,versão raríssima em terras brasileiras.
Uma pena eu estar sem tempo e pude tirar apenas essas 2 fotos.


Depois de uma pesquisa (há pouca informação em sites brasileiros sobre esse modelo),vi que as principais diferenças em relação ao Vw comum são as seguintes:
*Vidro dianteiro curvo (panorâmico)
*Suspensão McPherson
*Vidros traseiros maiores (tanto o lateral como o traseiro)
*Rodas esportivas
*Painel de instrumentos diferenciado
*Faroletes
*motor 1600

Aqui algumas fotos coletadas de sites Europeus sobre ele,inclusive em um deles existe a informação de que dessa versão (Yellow and Black Racer no original) foram fabricadas apenas 3500 unidades em 1973!
Painel:

Modelo para montar:

Outro interior:

Miniatura colecionavel:

Comercial de época:


Mais informações em inglês:
http://www.sebeetles.com/yellowb.htm

Se alguém tiver informações favor me mandar.O Fusca era placa de Santa Catarina...quem sabe um conterraneo não o reconheça...

Paixão por antigos


Hoje estava pensando como iniciei minha paixão pelos carros antigos.Como tenho apenas 23 anos,não seria uma tarefa complicada,pensei.Fácil! Os carros de antigamente eram feitos com mais toque humano,ou seja,uma pessoa de carne e osso colocaria o forros das portas,instalaria o parabrisa,os apliques,ás vezes até o próprio desenho do carro como no caso do Karmann Guia que era todo feito a mão...não havia um KG exatamente igual ao outro,não é incrível?
Hoje em dia,robos e máquinas tomaram o lugar dos humanos e a cada dia que passa os carros ficam mais parecidos.Perdeu-se a magia de fabricar um automóvel,desenhiar,imaginar como ficaria esse ou aquele desenho.
Simplesmente se produz um desenho no computador,e se não agradou deleta e faz-se outro.
Uma pena mesmo...

Motigo